Resumo - Bleger "Temas e Psicologia"

Resumo do Livro "Temas e Psicologia" de Bleger





Na avaliação psicológica, segundo Bleger, destaca-se o conhecimento da dimensão inconsciente do comportamento, da transferência e contratransferência, já que a teoria da entrevista foi influenciada por conhecimentos oriundos da psicanálise, da gestalt e do behaviorismo.
Segundo Bleger, a regra básica da entrevista consiste em obter dados completos do comportamento total no decorrer da entrevista. 

Bleger (2007) aponta o seguinte aspecto ao considerar o grupo familiar sadio:
o processo de discriminação, diferenciação e personificação ocorre na dinâmica familiar.

José Bleger acredita que quando trabalhamos em organizações, em psicologia institucional, a dinâmica de grupo é uma técnica para enfrentar problemas organizacionais.

Segundo Bleger, nos atendimentos grupais a tática a ser empregada com vistas a possibilitar mudanças na concepção da situação está em: realizar questionamentos constantes e revisão do esquema referencial.
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Bleger (2011), ao se referir à entrevista psicológica, afirma a importância dos cuidados com a interpretação. Segundo ele, quanto maior for a compulsão para interpretar, tanto mais será necessário calar-se.
Para Bleger (2007), as situações de mudança pertencem à natureza íntima ou intrínseca da dinâmica do grupo familiar e podem provocar três tipos de ansiedade. São elas: confusional, paranoide e depressiva.

Bleger define grupo como sendo "...um conjunto de pessoas que entram em interação entre si, porém, além disso, o grupo é, fundamentalmente, uma sociabilidade estabelecida sobre um fundo de indiferenciação ou de sincretismo, no qual os indivíduos não têm existência como tais e entre eles atua um transitismo permanente Caracteriza-se além dessas qualidades, sendo que o terapeuta está envolvido no mesmo fundo de sincretismo que o grupo.
Bleger (2011), de forma crítica, avalia que psicólogos inexperientes podem se valer dos testes em situações de insegurança pessoal. Segundo o autor, o isolamento profissional contribui muito para a estereotipia, pois encobre as dificuldades com onipotência.

Segundo Bleger (1998), podem ser considerados dois tipos fundamentais de entrevista: a entrevista aberta e a fechada. Sobre a entrevista fechada pode-se afirmar: 

As perguntas já estão previstas, assim como a ordem e a maneira de formulá-las, e o entrevistador não pode alterar nenhuma destas disposições.

Segundo J. Bleger, em uma entrevista classificada “aberta”, o entrevistador tem liberdade para perguntar e intervir, adaptando-se ao contexto de cada caso. Sobre a entrevista aberta, é correto afirmar: Reside em uma flexibilidade suficiente para permitir que o entrevistado configure o campo da entrevista.

José Bleger, em sua conhecida obra Temas de Psicologia – entrevista e grupos, afirmou que o campo da entrevista deve ser configurado fundamentalmente pelas variáveis da personalidade do entrevistado.
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Segundo Bleger (2011), a entrevista se constitui como um campo que depende principalmente das variáveis da personalidade de quem é entrevistado. Portanto, para permitir maior engajamento da personalidade do entrevistado, aquilo que o entrevistador oferece deve ser suficientemente ambíguo.

1º) Momento paranóide: o objeto do conhecimento é vivenciado como perigoso e é adotada uma atitude de desconfiança ou hostilidade ou, então, há uma reação direta com a ansiedade correspondente.

2º) Momento fóbico: o objeto do conhecimento é evitado, estabelecendo-se uma distância em relação a ele, fugindo-se ao contato ou aproximação.

3º) Momento contrafóbico: precipitação compulsiva ou agressiva sobre o objeto de conhecimento que é atacado ou ridicularizado.
4º) Momento obsessivo: tentativa de controle e imobilização do objeto de conhecimento e um controle da distância em relação a esse objeto por meio de um ritual, uma estereotipia do esquema referencial*, ou de perguntas que tendem a controlar.

5º) Momento confusional: a defesa (de qualquer uma das anteriores) fracassa e acontece a entrada numa situação de confusão entre o eu e o objeto com seus diferentes aspectos que não podem ser discriminados.

6º) Momento esquizóide: organização relativamente estável da evitação fóbica; há uma estabilização da distância em relação ao objeto através do alheamento e volta para os objetos internos.

7º) Momento depressivo: os diferentes aspectos do objeto de conhecimento foram introjetados e procede-se (ou tenta proceder) à sua elaboração.

8º) Momento epileptóide: reação contra o objeto para destruí-lo.*

 Esquema referencial: conjunto de experiências, conhecimentos e afetos com os quais o indivíduo pensa e atua.

Para José Bleger (autor da obra Temas de Psicologia - Entrevista e Grupos), "uma diferença fundamental entre entrevista e anamnese, no que diz respeito à teoria da personalidade e à teoria da técnica, reside em que, na anamnese, trabalha-se com a suposição de que o paciente conhece sua vida e está capacitado, portanto, para fornecer dados sobre a mesma, enquanto a hipótese da entrevista é que cada ser humano tem organizada uma história de sua vida e um esquema de seu presente, e desta história e deste esquema temos que deduzir o que ele não sabe".


A partir do conteúdo expresso por esse trecho, podemos afirmar corretamente que a entrevista psicológica aberta é um campo que deve se configurar, ao máximo possível, pelas variáveis que dependem da personalidade do entrevistado, possibilitando uma investigação mais ampla e profunda dessa personalidade.

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